segunda-feira, 12 de novembro de 2012

POESIAS

____________________________________
 
Paulo Roberto Gomes de Lima

Obras:
 
DIMINUTIVOS ENCANTADOSElas e eles passaram
(entre choros e sorrisos, insistindo pedacinhos).
Mário Quintana, também se dizendo: "Eles passarão, Eu Passarinho",
E Eu, no encantamento, andando nessa torrente de paixões
(de correria intensa e imensa, por vezes despercebida),
(entre tramas insanas e belezas da vida cotidiana)
(encantando-me não com as pessoas e as coisas, mas com a vida)
vou passandoe chegando, bem devagarzinho!
E, "à paisana"!
ENTROPIAAdemais, entre o devido e o talvez
Nascer: nascemos, obra da Natureza e Criação.
É a vida que em fogos esplende.
Morrer: morremos... verdade insólita e inesperada fatalidade.
É o desfazer-se no inesperado que independe.
Mudar: nada mais será igual... tudo mudará!
É o ciclo do refazer no espaço-tempo que tudo inova,
E desprende das amarras que oposto fende.
Encenar: nascer, morrer e mudar, para quarta verdade descortinar
apenas
porque cada um tem suas cenas, seu movimento.
Entropia:
estar-sendo em quatro quadros,
quatro tempos, quatro espaços, enfim, quatro verdades.
Ademais, entre o devido e o talvez,
"Cometendo erros ate o erro aprender que também o erro tem vez"
Ademais, entre o devido e o talvez,
Principalmente, dito assim, certamente pensando e justificando,
porque: "Não é para levar a nada, pois, quem brinca já chegou."
TEMPO É QUESTÃO DE PREFERÊNCIA (OU DE ARREPENDIMENDizem haver tempo para tudo:
Até mesmo para a falta de tempo.
Mas quando ele se faz de palavras ao vento
Invento o intento,a cabeça esquento, na paixão me arrebento!
Paro e penso ou, talvez, não penso?
Indago incessantemente: quanto represento?
Se a dor não suportar, por que não, exige todo unguento.
Relaxamento, paciência, reflexão. Esquecimento...
Oh! Quanto invento no tormento
De tal, de bom juízo. Melhor ser do que ter,
Esquecer e ser, "pagando pra ver"!
CIRCOS E HOSPÍCIOSAbrem-se as cortinas do picadeiro
(ou, quem sabe que não sabe, fecham-se as portas
encadeando-as no cerco demente);
e, como o colocou apropriadamente Francisco Mário
"Não percam! Não percam! O maior espetáculo da Terra.
O povo com seus tentáculos agarrando coisa nenhuma",
o que indica somente queo povo vai somente
se acostumando com tudo. Ele sabe, mas não devia!
E o autor continuando
aponta que "Temos todos os vícios,
cada qual com seu ofício:
se cobrir é circo, se cercar é hospício!"
MEA CULPA, DO TALVEZOs sábios sabem o que fazem
Sábios têm as chaves para irem, assim se pensa?
Os loucos não?
(mas que diferença!)
Eis que, dentre ambos, um dilema de passagem
E o que se lhes resta: Aos sábios? Aos loucos?
Entre o indevido e talvez quem sabe:
Seqüestrarem as chaves?
Mas, onde está o chaveiro?
...de resto, de sobra, de troco, o tempo inteiro:
"mea culpa": confessável sabatino; e comunhão de auto-engano
dominical
Já, tão logo, na segunda-feira: de volta a ficar... tudo como d'antes,
coisa e tal!
(É que a gente se acostuma com tudo... No entanto, não devia!)
ISTO: CACOS E TRATOS, ATOS E FATOSDo sentimento ao pensamento:
Existo porque de início sinto
Disso intenso e tão imenso,
é que tão logo penso!
Existo (porque tanto sinto!)
Por isso penso: Insisto!
Insistir: sentir e existir
entre tramas insanas e belezas cotidianas,
vertiginoso e caudaloso rio de acontecimentos e paixões
vou desenhando-me entre manacás e camaleões:
(dentre duplas flores em cores, odores, calores, amores, dores, clamores...)