domingo, 20 de janeiro de 2013

Receitas & comestibilidades (em crônicas e versos) 2012


SUMÁRIO
GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012. 
                                                                                                            “A comida é a nossa história”. (...) 
                                                                                                                              Trate todo mundo bem
porque você não sabe
quem lhe dará um prato de sopa
ao final da vida.”
Nélida Piñon (CONEXÃO ROBERTO D’ÁVILLA, TV BRASIL, 13/09/2012).
(E MAIS)
“A gente não quer só comida. (...). A gente quer bebida, ballet e arte...”
                  “Comida” (MÚSICA POPULAR BRASILEIRA).
1 PARA INÍCIO DE CONVERSA!.................... p. 02
2 CRÔNICA DE ABERTURA ....................................p. 05
3 ENTRADAS........................................................................ p. 09
FAROFA DE CENOURAS E COMPLEMENTOS DIVERSOS
BATATAS AO TEMPERO DE ALECRIM SECO
AIPIM AO TEMPERO DE HORTELÃ, LOURO OU ERVA-DOCE
4 PRATOS PRINCIPAIS ........................................... p. 11
LINGUIÇA (EM GOMOS) À ERVA-DOCE
(COZIDA OU FRITA)
LINGUIÇA (EM GOMOS) À ERVA-DOCE
 (Para CHURRASCO)
COSTELA COM OSSO À ERVA-DOCE
SARDINHA PORTUGUESA COM ABACATE
MOQUECA DE CAÇÃO QUE VOA
[com FILEZINHO DE FRANGO em cubinhos congelados]
MOQUECA “GALINHA DO MAR” ou “SIRI DE PENAS”
(COM FILEZINHO DE FRANGO)
5 COMPLEMENTOS ............................................................. p. 16
MAIONESE 24 HORAS
MAIONESE DE CENOURA
LEGUMESCAROTENÓIDES
6 SOBREMESAS................................................................... p. 17
GELATINA COM CHÁ DE HORTELÃ
[COM CRAVO E CANELA E AÇÚCAR MASCAVO]
SORVETE DE ARROZ
PETIT GATEAU LIGHT (BOLO DE CHOCOLATE)
7 DIGESTIVO COMPLEMENTAR............................ p. 19
CHÁS EM GERAL.DOC
8 POSFÁCIO .......................................................................... p. 20

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.
PARA INÍCIO DE CONVERSA!
[ Alimentação consciente é o que vale! ]

            Lembrando-se de máximas do filósofo Nietzsche, na obra de AllanPercy, 2011)[1], “o destino dos seres humanos é feito de momentos felizes e não de épocas felizes”, tanto porque “a felicidade é frágil e volátil, pois só é possível senti-la em certos momentos”, pensa esse autor, acrescentando que “na verdade, se pudéssemos vivenciá-la de forma ininterrupta, ela perderia o valor, uma vez que só percebemos que somos felizes por comparação”, frisa Percy (p. 8).
Nessa perspectiva e expectativa, Percy alega que “imaginar que temos de ser felizes o tempo todo e em todo lugar é um grande fator de estresse na sociedade moderna”, assimPercy ressalta que “Nietzsche nos lembra que a felicidade vem em lampejos e que tentar fazer com que ela dure para sempre é aniquilar esses lampejos que nos ajudam a seguir em frente ao longo e tortuoso caminho da vida” (PERCY, 2011, p. 8).
A isso, acrescente-se, pois, outras máximas do filósofo Nietzsche dizendo que “quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa (PERCY, op. cit., p. 7), assim como, “a razão começa na cozinha” (p. 33), onde reina a Natureza que nos recebe para o prazer e, para tanto, aos que dela se servem, lhe devem retribuir-se-lhe dando-lhe vida; sim, porque “nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga”, disse-o Nietzsche (PERCY, op. cit., p. 9), o que nos deve acenar para reflexões meditativas a que se presta indicar Daniel Goleman (2005).
Sim, provavelmente, o efeito deveras importante da meditação seja alcançar tranquilidade e paz interior, assim constituindo-se em refúgio onde cada homem e mulher possam escapar da turbulência do cotidiano em nossas vidas, em que todos devemos aprender a saber e fazer uso de técnicas corporais que enriqueçam a percepção, ajudando a descobrir os mecanismos e processos do corpo como lugar e tempo de receber e dar vida.
Isto mesmo, saber e fazer uso corpóreos-temporais que tragam calma e energia para o enfrentamento devido e adequadamente dos desafios decorrentes, tanto para a satisfação das necessidades vitais/sociais, bem como, o discernimento para atender às exigências advindas da Sociedade por Sociedade em que vivemos, e reconhecidamente, como legítimos “Outros” na convivência diante de relações situacionais econômico-sociais, tecnológico-instrumentais, ético-estéticas, ecológico-ambientais, sócio-político-ideológicas, enfim, filosóficas e científicas que nos propiciem ver todos os fenômenos existenciais além de suas aparências.
Assim posto, vale ater-se às proposições da “Arte da Meditação” (DANIEL GOLEMAN, 2005), acenando que “qualquer atividade pode ser meditativa se você prestar total e cuidadosa atenção no que está fazendo. Tome, por exemplo, o ato de se alimentar”, ou seja, “o método de alimentar-se”, frisa Daniel Goleman[2] (2005, p. 42), acrescentando que “o método de alimentação consciente consiste em concentrar-se totalmente em cada aspecto da experiência”, inclusive, “por sentar-se imóvel, prestando atenção na sua respiração, observando a inspiração e expiração”, daí, então, “quando sentir que chegou a um estado de tranquilidade, comece a comer”, ressalva Daniel Goleman (2005, p. 42).
E, nesse proceder “procure comer bem lentamente, dividindo cada movimento, para que possa acompanhar cada nuance de sensação, som, sabor e gesto” (Op. cit., p. 42), aconselha esse autor (e autor do livro “Inteligência Emocional”). Mais ainda, “evite a tendência de preparar automaticamente a garfada seguinte enquanto não terminar de engolir o que está na boca”, pontua Goleman (Op. cit., p. 42).
Também, sugere Goleman, que “explore a natureza visual e tátil do que está comendo”, por exemplo, “se for um alimento que possa ser comido com a mão, sinta a sua textura com a ponta dos dedos, observe a sua forma, a cor e o contorno”, ou seja, se “ele é duro ou mole? Áspero ou macio?” (Op. cit., p. 43).
Outro fato, de relevante ressalva: “Note o instante em que consegue sentir o seu cheiro pela primeira vez”, pois que, “se prestar atenção, vai notar que começou a salivar mesmo antes de a comida chegar à sua boca”, assim como, “tome consciência do primeiro roçar do alimento em seus lábios”, complementando-se com indicativos de que “a seguir, mastigue a comida lentamente”, observando-se “a sensação de seus dentes mordendo-a” (Goleman, op. cit., p. 43).
            Por fim, nesta dinâmica alimentar, Goleman aconselha que se “registre o sabor, os sons, a infinidade de sensações criadas a cada mastigação”, ressalvando que “mastigue várias vezes, até o alimento se tornar uma papa em sua boca, e só coloque mais comida no garfo depois de engolir”, e assim, “continue comendo com a mesma cuidadosa deliberação”, lembrando que “mantenha a calma e a concentração durante todo o processo” (Goleman, op. cit., p. 43).
            Eis porque, comer, além de ser verbo em sentido duplo, é o único prazer que se podesubmeter ao livre arbítrio diário!
COMER.COM (ALGO E ALGUÉM) - (DUPLO VERBO)

Reconsideração (Degustadora):
Comer, além de ser verbo em sentido duplo,
é o único prazer que se pode  submeter ao livre arbítrio diário.
Os outros prazeres materiais são pouco prováveis e possíveis:
Ninguém pode (nem deverá): trabalhar incansavelmente, o dia inteiro;
praticar ginástica, o dia inteiro; fazer sexo, o dia inteiro
(a não ser os adolescentes em estágio masturbatórioiniciático);
enfim, retornando ao livre arbítrio diário e,
falando das variações e exuberância do prazer -
o que afinal, seria estar nesta exuberância a  materialização do Paraíso -,
comer é o único prazer a que se pode  submeter diariamente e, à vontade,
interessando-se somente pelo Sistema Solar,
assim como, correndo o risco no regime de engordar.
PORTANTO: Alimentação consciente é o que vale!


CRÔNICA DE ABERTURA

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

CRÔNICA DE ABERTURA
“A gente não quer só comida.
(...). A gente quer bebida, balé e arte.
(...). A gente quer por inteiro e não pela metade”.
TITÃS, MPB

            Se “no princípio era o verbo”; e, “o verbo se fez carne”, a gente que quer tudo por inteiro e não pela metade, assim como, bebida, balé e arte, além de só comida (comer ou ser comida, questão de optar mas, na “verdade”, não “conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia”, diriam-nos por empréstimo poético os versos de Drumond de Andrade). “(...). Comer, comer para depois crescer” se trata de duplicidade verbal. Por quê?
            Porque sim, comer e comer - duplo verbo -, representa uma das coisas do mundo de maior apetite e de delicadezas em “jardins de delícias” (este grifo interessante tem inspiração nas ideias criativas e literárias da respeitosa escritora Bernadette Lyra). Assim, porque comer é realmente a coisa mais gostosamente de sobrevivência corporal do mundo, por isto, no sentido sexual também se chama “comer”.
Disto posto, diga-se de passagem, que em termos de “Jardim do Éden”, me desculpem Adão e Eva, pintados em aquarela com três equívocos a nosso ver (e, também do escritor Rubem Alves) é mais do que ter umbigo (já que nos ensinaram em catecismo, “Ele” não nasceu de mãe, então p’ra que umbigo sem cordão umbilical?).
E, mais, por quê cobrir-se? É, se quando tudo era pureza no Jardim do Éden, a região genital não deveria representar curiosidades (embora a folha de parreira, se não me engano, lembra uva e,uva quando docinha dá para cobrir, sem equívocos, a “curiosidade proibida”, quer dizer, a genitália!).
Outro equívoco mais: o terreno do jardim do Éden era propício ao plantio de maçãs? Sei não! Em que região do planeta ficava esse Jardim do Éden, onde existiriam serpentes intro(metidas), ou Adão, sem complexo de Édipo - a falta do cordão umbilical lhe foi substituída pela serpente? (Ah, que falta faz uma genitora e mais, sem opção de escolher outras noras, já que ensinaram que só tinha a Eva disponível naquele Paraíso!)
E, concorrendo ao “Oscar” de atores coadjuvantes, a serpente e a maçã “oferecida” (aqui, oferecida, se retrata como aquelas pessoas, que sem serem convidadas aparecem se “metendo” nos assuntos dos outros). E a maçã ficou como a ganhadora do prêmio! Porque!(?).
Ora, maçã nunca foi fruta representativa de sedução e do “lambuzar-se” em delícias amorosas. Maçã é dura, precisa de faca para descascar e, na mordida faz um “craaaac...” de um som barulhento de deselegante bocada que seria um “empata...” qualquer coisa (a elegância gráfica ou sonora sugere a reticência ao invés da completude da frase).
Aí, o poeta escritor Rubem Alves, em entrevista ao “Programa do Jô” (2012) dá original argumentação a esse equívoco apontando aqui, mostrando que o caqui, sim, o caqui é que deveria representar o fruto da sedução e do comer. Isto mesmo, comer caqui é um delícia, pois não precisa descascar, sua pele é soltinha, o adocicado lembra todo o prazer de lambuzar-se, a cor (por fora e por dentro) faz a imaginação voar (ou melhor, pousar) naquele lugar, proibido (?), aliás, “proibido” não sei porque!
Aproveitando o aliás, tem-se uma hilariante piada, até mesmo, para este voar (ou pousar) naquele lugar dito proibido com aparências de caqui. A “piada” diz assim: “se você quer que alguém faça algo, (1) nos EUA, diga que é Lei; (2) na França, diga que é moda; e, (3) no Brasil, diga simplesmente que é proibido!”. Então, “cadê” o proibido do fruto? “Cadê” cada versão do verbo comer?
Por fim, é questão de optar (por inteiro e não pela metade), tanto porque ‘a gente não quer só”, ser “comida”. É, oportuno acrescentar que a gente virou certa receita de comida para todas as tecnologias de formação de poder (no sentido do politicamente INCORRETO). São as tecnologias de formação de  poder da escola, da família, da Igreja, do Estado, do sindicato, da comunicação de massa, etc. E o “etcetera” pode assustar trazendo mais “regimes” do que o de “engordar” ou mais “sistema” do que o “solar” (como no poema do escritor poeta e ator capixaba Marcos de Castro).
            A mesa está posta - ou outro confortante espaço de ali(mentAÇÃO). Então, entra a duplicidade do verbo comer! Uma coisa, depois outra, em suas sequências preferenciais, estará na elegância da degustAÇÃO. E todo apetite será pouco? Questão de opção (novamente?).

Representação (pecaminosa capital):

CENAS DO FILME SEVEN: GULA E IRA

Comer, Comer tanto forçado até morrer
Nem sempre traduz o “para depois crescer”.
Assim, na vontade indômita (e psicopata)
Sealguém morre e ou outro mata, não “empata”
Quando a personagem assassina, a procura da morte
Vai avassalando outro corpo, sem que se importe.
Mas onde está, verdadeiramente , a face afinal
Dentre os seus, um sétimo pecado capital?
Sim, um pecado forçado que traduza quem lhe fira
E, afinal, acertando na “mosca”, completa, o da ira!

COMER.COM (ALGO E ALGUÉM) - (DUPLO VERBO)

Reconsideração (Degustadora):

Comer, além de ser verbo em sentido duplo,
é o único prazer que se pode  submeter ao livre arbítrio diário.
Os outros prazeres materiais são pouco prováveis e possíveis:
Ninguém pode (nem deverá):
trabalhar incansavelmente, o dia inteiro;
praticar ginástica, o dia inteiro;
fazer sexo, o dia inteiro
(a não ser os adolecentes em estágio masturbatórioiniciático);
enfim, retornando ao livre arbítrio diário e,
falando das variações e exuberância do prazer -
o que afinal, seria estar Nesta exuberância
a  materialização do Paraíso -,
comer é o único prazer a que se pode  submeter diariamente
e, à vontade,
interessando-se somente pelo Sistema Solar,
assim como,
correndo o risco no regime de engordar.

Retratação (dietética):

“CONSUMÉ” A GOMES-DE-LIMA

Comer, sem tanto morrer, mas com todo prazer
Está na arte de cozinhar e, a outrensdegustar
Assim, cheiro e sabor, em temperos e cor
Seja para anti-estresse, seja para encobrir insônia
Eis o que se lhes apresenta sem cerimônia ao que soa:
Duas cebolas, duas batatas inglesa para cada pessoa
Picadas, e cozê-las, em panelas separadamente
(e, também, em água mineral, preferencialmente).
Para eliminar o odor, da espuma flutuante na fervura
Retira-se tal espuma seguidamente até nada flutuar
 Daí, esperar resfriar, para no liquidificador tudo desmanchar.
E acrescentar alho/azeite, a gosto, em rápida fritura ao que se atura.
Isto, sem dúvida, e derretido
para incrementar o sabor do creme batido.

Agora, sem demora, passa-se ao segundo tempo:
Retornar o creme ao fogo,pitadas  de sal (a gosto)
e, (sempre mexendo com colher de pau)
Ea panela, preferentemente de barro
Assim, o cozimento se faz a contento
Porque de alumínio, panelas são a contra-gosto.
Neste segundo tempo, ralar o queijo a estar como tal
(de preferência, o queijo da roça, coisa nossa! E nem tão caro).
Sim, tudo a aprontar, sem se perder da rima
E, nesse ritual de cozimento, se dizer, “tudo em cima”.

Terceiro tempo:
o de juntar creme e queijo, um perfeito beijo!
E, quando o creme voltar a ferver (sempre mexido)
Para no fundo não agarrar, e nessetempo de “cair o queixo”
Coloca-se, lentamente, o queijo aos poucos distribuído
Ralado pela parte do ralo que faz “tiras”, ao invés de farelo
Continuando a mexer por três a cinco minutos, atento
E, tomando o cuidado para não agarrar no fundo.
e atento, como aguardar a impressão de um livro no prelo,
com isto, na perspectiva e expectativa  de todo mundo
A desejar e a esperar o desgustar de contentamento!

Mas ainda, não acabou o ritual, que em cerimônia se apresenta.
Falta o acompanhamento: as torradas de pão integral ou francês
Banhadas em manteira (nada de margarina) que se esquenta
levadas ao forno, sobrepostas com salsinha enfeitadas uma vez
para embelezar-se aos olhos “comedores” em seu carinho
Enfim, tudo posto à mesa, podendo servir-se com cerveja e vinho!
E o que dizer?
É uma cerimônia e estamos quites
E, então, dizendo mais: Bom Apetite!



GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.
ENTRADAS

FAROFA DE CENOURAS E COMPLEMENTOS DIVERSOS

INGREDIENTES:

1º. Grupo:
- azeite extra-virgem e manteiga
- cenouras orgânicas (raspadas e raladas cruas) - a gosto (ralada metade em furos pequenos do ralador e metade ralada pela parte de tirinhas do ralador) -
- cebola rocha (ralada pela parte de tirinhas do ralador)
[proceder ligeiro aquecimento com manteiga deste 1º. Grupo de ingredientes]

2º. Grupo:
[acrescentar este 2º. Grupo (um de cada vez), misturando-os ao 1º. Grupo, na ordem que se segue abaixo]
- milho de preferência retirado das espigas (cozê-lo com sal a gosto, antes de juntá-lo aos ingredientes)
- uva-passas (secas)
- amêndoas (castanhas de caju, preferencialmente)
- salsinha (crua)
- cebolinha verde (crua)
- hortelã (picadinha e crua)

3º. Grupo:
- couve crua picada(fina e pedaços miudinhos)
[proceder a higienização da couve em água corrente e filtrada]

4º. Grupo:
- farinha flocada (tipo Yoki) – todo o restante aquecido e, a gosto, acrescido de orégano, ervas finas, pimentas de “cheiro” picadinhas e alho picadinho (dourado, de preferência em azeite extra-virgem)
- banana da terra frita em cubos pequeninos
- ovo caipira cozido (ralado)

PROCEDIMENTOS:

Misturar seguidamente os ingredientes, sempre com um pouco da farinha flocada já aquecida, ou seja, ir acrescentando a farinha flocada (à vontade) até perder a consistência de molhado – aparentando “esfarinhado”]

- Servir a farofa como entrada, podendo ser acompanhada com arroz integral (ou não), saladas diversificadas e bebidas (cervejas, capirinhas, sucos variados, etc).




GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

BATATAS AO TEMPERO DE ALECRIM SECO

INGREDIENTES

BATATA INGLESA
ALECRIM SECO (PARA A FERVURA)
MANTEIGA E SAL A GOSTO
ÁGUA MINERAL
ALECRIM VERDE (PARA COBERTURA DA BATATA AO SER SERVIDA)

PROCEDIMENTOS:

[COZER A BATATA COM ÁGUA MINERAL, ALECRIMSECO, MANTEIGA E SAL A GOSTO.
AO SERVIR, COBRIR COM ALECRIM VERDE).
SERVIR COMO TIRA-GOSTO E/OU ACOMPANHAMENTO DE CARNES ASSADAS, OU, TAMBÉM, COMO COMPLEMENTO DE FILÉ (OU OUTRAS CARNES).



GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

AIPIM AO TEMPERO DE HORTELÃ, LOURO OU ERVA-DOCE

INGREDIENTES

AIPIM (BRANCO OU AMARELO)
MANGERICÃO OU HORTELÃ (PARA A FERVURA USAR OS CAULES E ALGUMAS FOLHAS PARA MAIS SABOR)
MANTEIGA E SAL A GOSTO
ÁGUA MINERAL
MANJERICÃO OU HORTELÃ VERDES (CRÚS), (PARA COBERTURA DO AIPIM AO SER SERVIDO)

PROCEDIMENTOS:

[COZER O AIPIM COM ÁGUA MINERAL, HORTELÃ, LOURO OU ERVA DOCE, MANTEIGA E SAL A GOSTO.
AO SERVIR, COBRIR COM HORTELÃ OU MANGERICÃO CRÚS).
SERVIR COMO TIRA-GOSTO E/OU ACOMPANHAMENTO DE CARNES ASSADAS, OU, TAMBÉM, COMO COMPLEMENTO DE FILÉ (OU OUTRAS CARNES).

PRATOS PRINCIPAIS

LINGUIÇA (EM GOMOS) À ERVA-DOCE
(COZIDA OU FRITA)

LINGÜIÇA (EM GOMOS) À ERVA-DOCE
 (Para CHURRASCO)

COSTELA COM OSSO À ERVA-DOCE

SARDINHA PORTUGUESA COM ABACATE

MOQUECA DE CAÇÃO QUE VOA
[com FILEZINHO DE FRANGO em cubinhos congelados]

MOQUECA “GALINHA DO MAR” ou “SIRI DE PENAS”
(COM FILEZINHO DE FRANGO)

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

LINGUIÇA (em gomos) À ERVA-DOCE
(COZIDA OU FRITA)

INGREDIENTES:

LINGÜIÇA EM GOMOS (COZIDA OU FRITA)
ERVA-DOCE (para ferventar as linguiças e escorrida em seguida)
SAL E MANTEIGA A GOSTO
INHAMES, BATATAS, CENOURA OU OUTRO LEGUME A GOSTO DO CLIENTE
ALHO, CEBOLA, TOMATES, TEMPEROS VERDES, AÇÚCAR MASCAVO (para acrescentar às linguiças depois de ferventadas.

PROCEDIMENTOS GERAIS:

- LIMPAR AS LINGUIÇAS E PERFURÁ-LAS COM GARFO PARA QUE AO FERVENTÁ-LAS SE ELIMINE OS EXCESSOS DE GORDURAS.
- FERVENTAR E REFOGAR AS LINGUIÇAS COM água mineralsal e manteiga a gosto, alho, cebola, tomates, temperos verdes, complemento de erva-doce.
[DEPOIS DE COZIDAS, DAR UM CORTE (ao longo) e recheá-las com queijo/presunto picados, cobrindo-os com ervas finas e caldo natural de maracujá com as sementes. Levar ao forno para ligeiro assado. Servir em seguida com saladas, preferencialmente].

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.


LINGUIÇA (em gomos)À ERVA-DOCE
 (Para CHURRASCO)

INGREDIENTES:

LINGÜIÇA (em gomos) - cozida e, em seguida, assada.
ERVA-DOCE (para ferventar as linguiças e escorrida em seguida, refogar com água mineral - e acrescentarAÇÚCAR MASCAVO (se preferir sabor agri-doce).
SAL E MANTEIGA A GOSTO, ALHO, CEBOLA, TOMATES, TEMPEROS VERDES, (para acrescentar às linguiças, depois de ferventadas).

PROCEDIMENTOS GERAIS:
- LIMPAR AS LINGUIÇAS E PERFURÁ-LAS COM GARFO PARA QUE AO FERVENTÁ-LAS SE ELIMINE OS EXCESSOS DE GORDURAS.
- REFOGAR AS LINGUIÇAS COM água mineralsal e manteiga a gosto, alho, cebola, tomates, temperos verdes, complemento de erva-doce.
[DEPOIS DE COZIDAS, DAR UM CORTE (ao longo) e recheá-las com queijo/presunto, cobrindo-os com ervas finas e caldo natural de maracujá com as sementes. LEVAR À CHURRASQUEIRA PARA LIGEIRO ASSADO. Servir como “TIRA-GOSTO”, em seguida COM FRUTAS (abacaxi, laranja, mexerica, melão, manga, etc), preferencialmente].

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

COSTELA COM OSSO À ERVA-DOCE

INGREDIENTES:

- COSTELA DE BOI
- ERVA-DOCE (escorrer após ferventar)
- SAL E MANTEIGA A GOSTO
- INHAMES
- ALHO, CEBOLA, TOMATES, TEMPEROS VERDES, AÇÚCAR MASCAVO OU OUTRO LEGUME A GOSTO DA PREFERÊNCIA DOS CLIENTES FREQUENTADORES.

PROCEDIMENTOS:
- LIMPAR A COSTELA (RETIRAR OS EXCESSOS DE GORDURAS EXTERNAS)
- FERVENTAR A COSTELA COM ÁGUA MINERAL E ERVA-DOCE (retirar as gorduras exposta nas peças de carne, antes de ferventar)
- (PITADAS DE SAL A GOSTO)

- Em seguida: COZINHAR A COSTELA EM PANELA DE PRESSÃO (acrescentando os temperos e os legumes inteiros e sem cascas).

- (Depois de cozida, forraro tabuleiro com folhas de couve com contornos de frutas (abacaxi e/ou laranja) e cobertura de fios de manteiga, ervas finas e pedaços de tomates fritos. Levar ao forno para ligeiro “assar”, servindo em seguida, regada a azeite extra virgem e, de preferência com  vinhos tintos seco ).



GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

SARDINHA PORTUGUESA COM ABACATE

INGREDIENTES:

- 1 ABACATE MADURO
- 1 LATA DE SARDINHA PORTUGUESA
(SERVIR ABACATE GELADO E SARDINHA COPZIDA COM TEMPEROS VERDES E TOMATE; (ALGUM CRAVO DA ÍNDIA); AZEITE EXTRA-VIRGEM).







GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.


MOQUECA DE CAÇÃO QUE VOA
[com FILEZINHO DE FRANGO em cubinhos congelados]

INGREDIENTES:

- PACOTE DE FILEZINHO DE PEITO DE FRANGO [CORTADO EM CUBINHOS] (FERVENTADO COM CRAVO DA ÍNDIA) – (RECOLOCAR NO CONGELADOR PARA ENDURECER)

- TEMPEROS DE MOQUECA (CEBOLINHA VERDE, ALHO/CEBOLA DE CABEÇA, SALSA, COENTRO, TOMATES SEM SEMENTES) – [RESERVAR AS SEMENTES PARA FERVÊ-LAS EM ÁGUA MINERAL, COM GENGIBRE PICADO E UM POUCO DE AÇÚCAR MASCAVO, PRODUZINDO UM SUBSTITUTO DE “KETCHUP”)

- GENGIBRE (SUBSTITUTO DE PIMENTA MALAGUETA)
- URUCUM NATURAL (SEMENTES)
- ÓLEO (ÔMEGA 3)

PROCEDIMENTOS:

- AQUECER A PANELA DE BARRO
- FRITAR OS GRÃOS DE URUCUM, RETIRANDO-AS EM SEGUIDA, DEIXANDO SOMENTE O CALDO AVERMELHADO

- FORRAR A PANELA DE BARRO COM TODOS OS TEMPEROS (COLOCAR SOMENTE OS “CABINHOS” DE SALSA E DE COENTRO, DEIXANDO AS FOLHAS QUANDO A “MOQUECA” ESTIVER QUASE PRONTA)

- COLOCAR OS FILEZINHOS, COBRINDO-OS COM O RESTANTE DOS TEMPEROS E O CALDO FERVIDO DAS SEMENTES DE TOMATES/GENGIBRE (KETCHUP NATURAL).

- AS FOLHAS DE SALSA E DE COENTRO DEVERÃO COBRIR A MOQUECA QUANDO O FILEZINHO ESTIVER “QUASE” COZIDO, ASSIM, GARANTINDO UM “LEVE” COZIMENTO DAS FOLHAS E A MANUTANÇÃO DO SABOR DO COENTRO SEMI-CRU.


GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.


MOQUECA “GALINHA DO MAR” ou “SIRI DE PENAS”
(COM FILEZINHO DE FRANGO)

INGREDIENTES:

- PACOTE DE FILEZINHO DE PEITO DE FRANGO (FERVENTADO COM CRAVO DA ÍNDIA) – (RECOLOCAR DESFIADO NO CONGELADOR PARA ENDURECER)

- TEMPEROS DE MOQUECA (CEBOLINHA VERDE, ALHO/CEBOLA DE CABEÇA, SALSA, COENTRO, TOMATES SEM SEMENTES) – [RESERVAR AS SEMENTES PARA FERVÊ-LAS EM ÁGUA MINERAL, COM GENGIBRE PICADO E UM POUCO DE AÇÚCAR MASCAVO, PRODUZINDO UM SUBSTITUTO DE “KETCHUP”)

- GENGIBRE (SUBSTITUTO DE PIMENTA MALAGUETA)
- URUCUM NATURAL (SEMENTES)
- ÓLEO (ÔMEGA 3)

PROCEDIMENTOS:

- AQUECER A PANELA DE BARRO
- FRITAR OS GRÃOS DE URUCUM, RETIRANDO-AS EM SEGUIDA, DEIXANDO SOMENTE O CALDO AVERMELHADO

- FORRAR A PANELA DE BARRO COM TODOS OS TEMPEROS (COLOCAR SOMENTE OS “CABINHOS” DE SALSA E DE COENTRO, DEIXANDO AS FOLHAS QUANDO A “MOQUECA” ESTIVER QUASE PRONTA)

- COLOCAR OS FILEZINHOS DESFIADOS, COBRINDO-OS COM O RESTANTE DOS TEMPEROS E O CALDO FERVIDO DAS SEMENTES DE TOMATES/GENGIBRE (KETCHUP NATURAL).

- AS FOLHAS DE SALSA E DE COENTRO DEVERÃO COBRIR A MOQUECA QUANDO O FILEZINHO ESTIVER “QUASE” COZIDO, ASSIM, GARANTINDO UM “LEVE” COZIMENTO DAS FOLHAS E A MANUTANÇÃO DO SABOR DO COENTRO SEMI-CRU.



COMPLEMENTOS
MAIONESE 24 HORAS
MAIONESE DE CENOURA
LEGUMESCAROTENÓIDES
ÔMEGA 3

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.
MAIONESE 24 HORAS
INGREDIENTES:

1 COPO DE LEITE E CENOURA
2 GEMAS
1 COLHER DE SAL
1 COLHER DE SUCO DE LIMÃO

MAIONESE DE CENOURA
INGREDIENTES:

OVOS
ÓLEO DE SOJA (CANOLA)       32% x AMIDO DE MILHO E ÁGUA
SAL
VINAGRE
SUCO DE LIMÃO
AÇÚCAR
CORANTES (CONSERVANTES)
TEMPEROS
[BATER DURANTE 15 MINUTOS]

LEGUMESCAROTENÓIDES (ESPECIAL)

INGREDIENTES:
LEGUMES (AMARELOS, ALARANJADOS)
BRÓCOLIS, AGRIÃO, ESPINAFRE, MILHO, PIMENTÃO AMARELO
PITANGA
TOMATE, MAMÃO, MELANCIA)
OVOS
PEIXES (TRUTA, SALMÃO)

[COZER EM BAIXA TEMPERATURA]

ÔMEGA 3

INGREDIENTES:

 ÓLEO DE LINHAÇA; PEIXE EM NATURA - 2 A 3 PORÇÕES DE PEIXE POR SEMANA (ASSADO/ENSOPADO)

SOBREMESAS
GELATINA COM CHÁ DE HORTELÃ
[COM CRAVO E CANELA E AÇÚCAR MASCAVO]
SORVETE DE ARROZ
PETIT GATEAU LIGHT (BOLO DE CHOCOLATE)

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Gelatina com chá de hortelã com cravo e canela e açúcar mascavo. In: ______. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

Com açúcar e com afeto fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa... Sei lá o quê
(CHICO BUARQUE DE HALANDA)

GELATINA COM CHÁ DE HORTELÃ
[COM CRAVO E CANELA E AÇÚCAR MASCAVO]

INGREDIENTES:

- FERVER A ÁGUA MINERAL (da montanha) COM CRAVO, CANELA EM PAU, E CAULES PICADOS DO HORTELÃ
- FERVER A ÁGUA ATÉ O BORBULHAR

- DILUIR A GELATINA EM DOIS COPOS DE CHÁ (AINDA QUENTE)
- SEMPRE ACRESCENTAR½ PACOTE DE GELATINA DE LIMÃO
  DURANTE O PROCESSO DE DILUIR CADA TIPO DE GELATINA
[ALGUNS TIPOS DE GELATINA, UTILIZAR O CHÁ DE SUA COR]

- Amassar ou picar as folhas do hortelã e colocar na água fervente (tampar e desligar o fogo)
- após alguns minutos, coar o chá e desmanchar o pó da gelatina.
- Levar à geladeira para o resfriamento.

[atenção: sugere-se, sempre misturar o pó da gelatina de limão junto com o sabor de uma outra gelatina (morango, abacaxi, amora, ou outra de preferência).


SORVETE DE ARROZ

INGREDIENTES:

3 XÍCARAS DE ARROZ CRU
6  GEMAS PENEIRADAS (SEM PELÍCULA)

1). BATER:
- 1 COPO E MEIO DE AÇÚCAR
- 2 LATASDE CREME DE LEITE
- 5 COLHERES DE TRIGO
2) BATER:  AS CLARAS
3) MISTURAR: 2 LATAS DE CREME DE LEITE (SEM SORO)
 O COPO E MEIO DE AÇÚCAR
4) MISTURAR: O ARROZ
5) COLOCAR NO FREEZER:
[6 HORAS PARA PEGAR TEXTURA]

PETIT GATEAU LIGHT (BOLO DE CHOCOLATE)

INGREDIENTES:

- 120 GRAMAS DE CHOCOLATE AMARGOO (DESMANCHADO EM BANHO MARIA)
- 1 COLHER DE SOPA DE ADOÇANTE PARA IR AO FOGO

- 2 OVOS (10’)
-1 COLHER DE CHÁ DE ESSÊNCCIA DE BAUNILHA
- 2 COLHERES DE TRIGO
- 2 COLHERES DE LEITE EM PÓ DESNATADO
[JUNTAR 2 OVOS BEM BATIDOS E CHOCOLATE]
- COLOCAR EM FORMINHAS
- COBRIR COM PAPEL FINO E COLOCAR NA GELADEIRA (OU NO FREEZER) POR 6 HORAS – PARA FICAR LICOROSO POR DENTRO
LEVAR AO FORNO POR 6 MINUTOS


DIGESTIVO COMPLEMENTAR

CHÁS EM GERAL.DOC

GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012.

CHÁS EM GERAL.DOC

INGREDIENTES:

- Hortelãs, cidreira, boldo do chile, poejo, abacaxi, outras frutas
- FERVER SOMENTE OS CAULES
- QUANDO A ÁGUA (MINERAL) COMEÇAR A BORBULHAR AO REDOR DA
  PANELA, COLOCAR AS FOLHAS PICOTADAS, TAMPAR E APAGAR O
  FOGO. Servir com mel, melado de cana, etc.



GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Receitas & comestibilidades. Vitória: O Autor, 2012 (20/09/2012).

POSFÁCIO

1º. Ato
Ao passo que viver e existir ao mesmo tempo, neste cenário panorâmico da existência humana entra em cena o fato de que, sem dúvidas, “a comida é a nossa história”, eis porque a escritora Nélida Piñon (2012) aconselha-nos “a tratar todo mundo bem porque você não sabe quem lhe dará um prato de sopa
ao final da vida” (CONEXÃO ROBERTO D’ÁVILLA, TV BRASIL, 13/09/2012), também, a gente não quer só comida, isto mesmo, a gente quer bebida, balé e arte, tal como nos versos da canção “Comida” (MÚSICA POPULAR BRASILEIRA).
E, assim, nessas perspectivas esperadas e expectativas desejáveis vamos “precisando tanto!” (necessidades vitais básicas) e “querendo quanto?” (interesses sociais) ter garantias de nutrimentos para o corpo entre outros corpos em movimento nesse palco que é o mundo terrestre, onde a vida como um jogo de luzes, cores e sons, é realmente tão bela, no entanto, tem-se em conta que a vida não é um ensaio geral do viver e existir, só porque se pensa, sente e se lembra, justificando que por isso existimos. É, pois, muito mais e diferente!
É, portanto, entrelaçar o “ser” e o “estar”, por excelência e, atentamente em contraponto à exclusividade do “ter”, e assim, expondo-se por inteiro às experiências de viver intensamente, produzindo bens em gerais como se fosse possível viver a vida eternamente; mas – atenção! – desfrutar prazerosamente e em pleno contentamento como “estado de graça”, como se o morrer surgisse daqui a um instante – entretanto (e tantos e quantos). E, também, morrer contra a vontade (e se for possível, morrer dormindo!).
E, por falar em morrer, vale rebuscar na memória os dizeres da atriz brasileira Leila Diniz, declarando que não morreria por nada nesse mundo, porque o que gostava era de viver. E mais, nem de amor ela morreria, porque gostava – mesmo – era de viver de amores. Fica, aqui e ali (ou lá), este lembrete!
Reportando-se, pois, ao fato de que a vida é bela (sem dúvidas!), julga-se prudente relembrar um dos meus encontros com o amigo e ator Paulo Autran, ao me dizer (com certa e saudável ironia) que a beleza da vida não é como no teatro, pois que “o teatro é a arte do ator”; nem como no cinema, já que “o cinema é a arte do diretor”, muito menos na televisão, porque “a televisão é a arte do anunciante”, salvo melhor juízo (grifo nosso - meu e dele).
Se as coisas são assim (ou o quê?), o importante é ter algo a dizer e, então, dizê-lo, enfim, no entanto, lembrar sobre o fato de que tentar evitar aquilo que de repente e defronte se depara, não desaparecerá até que o enfrente, ao invés de bradar como resistência defensiva na fixação inerte do “Amanhã, Eu Faço!”.
Eis que, para este 1º. Ato em final das conversas, olhar para o mundo com os ouvidos concorre ver diferente (máxima de William Shakespeare) e, sobre a naturalidade das coisas, vale a recomendação de Mary Catherine Bateson de que “a reflexão clara sobre o mundo em que vivemos é dificultada por algumas confusões bastante primárias, novas e velhas, sobre o uso habitual das palavras natureza e natural (...)”, justamente aí, “onde nós complicamos a situação ao rotular mais e mais objetos e materiais (...) como naturais ou não naturais (...)”, pois que “isso cria um domínio limitado e disforme para o natural, carregado de juízos de valor subentendidos” (BATESON, 1997, p. 22).
Em contraponto, “no entanto, a natureza não é algo que pode acabar ou ser substituído, tampouco é possível ficar fora dela”, complementando Bateson, que “aliás, tudo é natural; se não fosse, não existiria”, acrescentando - para incrementar mais a provocação – “em algum lugar dessa confusão há questões da maior importância que devem ser esclarecidas para que seja possível argumentar (de formas não internamente contraditórias) em defesa da preservação da ’natureza’,” e mais ainda, “pelo respeito ao ‘mundo natural’, pela educação nas ‘ciências naturais’ e pela melhor compreensão científica das origens e efeitos das ações humanas”, pontua essa autora (BATESON, op. cit., p. 23).
Desses dizeres, eis-me aqui exposto, e seguindo, lembrando sempre sobre o fato de que tudo que existe e vive, precisa ser cuidado para continuar a existir e a viver. Mais ainda, vale lembrar que o cuidado é mais fundamental do que a razão e a vontade, bem como, conceber que cuidar é mais que um ato; é uma atitude, portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo, como aponta em recomendações o teólogo Frei Leonardo Boff (2003). Sim, e todo cuidado sempre será pouco, preceitua a sabedoria popular!
E, nesses cenários de saberes e fazeres populares importa lembrar-se sempre que, tal como as comidas enquanto coisas, quanto as pessoas em suas relações humanas que se prezam (ou desprezam) podem causar atrações e traições agravantes, onde todo cuidado será, sempre, pouco! Assim sentindo e pensando, vale ressalvar que as coisas e as pessoas atraem; mas, somente as pessoas traem. Por isto, mesmo, mais valem dois pombos na nossa direção voando, do que um pombo das nossas mãos, noutra direção se esvoaçando!  (GOMES-DE-LIMA, 2012, p.1).
2º. Ato

Quando se olha ao redor de homens e mulheres em movimento, e sabendo fazer uso de seus corpos em sua existência material, biológica, social e intercultural compartilhada, tem-se a convicção de que o corpo é a representação objetiva e subjetiva da presença humana no palco do mundo de relações situacionais econômico-sociais, ecológico-ambientais, ético-estéticas, tecnológico-instrumentais, didático-pedagógicas, sócio-político-ideológicas, enfim, tudo isso emoldurando aquele cenário mundial em que a vida é um jogo em que “O corpo diz: Eu sou uma festa!” [grifo nosso sobre este verso que finaliza o poema “Janela sobre o Corpo”, de Eduardo Galeano (1994)].
E, nesse palco do mundo terrestre, também se estabelecem entrelaços situacionais que demarcam a cultura das relações de trabalho e lazer, onde progresso econômico e desenvolvimento humano travam “batalhas” em que o trabalho, a política e a alienação dentre outras formas e tecnologias de formação de poder “usurpam” a sensualidade, a liberdade, o amor-próprio, enfim, assim “empanando” com tramas insanas as luzes das belezas cotidianas de sabores, odores, calores, sons e cores da paisagem humana.
Disto posto, diante do prejuízo empanando as belezas da vida cotidiana, há que se revogar tais tramas insanas ao usurparem a sensualidade, a liberdade e a claridade consciente do amor-próprio. Sim, há que se revogar tais dispositivos insanos para que naqueles entrelaços situacionais reabram janelas sobre o fato de que “o corpo é, necessariamente, um corpo entre corpos. Precisa ter outros à sua volta” (SCHILDER, 1980, p. 243).
Assim, “É hora, se já é tarde (...)”, então urge “destruir o inimigo onde ele está”, quer dizer, “se o trabalho roubou a sensualidade, é o trabalho que deve devolvê-la”; e mais, “se a política impôs a opressão, é ela que deve conduzir à liberdade”, e, também, “se a alienação inventou o espelho, é a militância organizada que pode quebrá-lo”, tal como denunciam os psicólogos Wanderley Codo e Wilson Alves Senne, em sua obra “O que é corpo(latria)” (CODO; SENNE, 1985, p.85-86), inclusive em acenos esperançosos ao conclamarem a todos de uma vez por todas a decisão de “buscar o encontro do homem consigo mesmo, ou seja, fundi-lo com o outro, com a história, e vamos todos juntos em busca da felicidade” (CODO; SENNE, op. Cit., p. 86).
Enfim, há que se convencer que “viver é a coisa mais rara do mundo” e, “a maioria das pessoas apenas existe”, segundo a filosofia de Oscar Wilde (autor de “O Retrato de Dorian Gray”), daí que Allan Percy (2012) encerra com a indagação provocativa: “E você, existe ou vive?” (PERCEY, 2012, p. 7).
Disto posto, vale dizer, e pensar fazendo na prática, que se os humanos nada mais são do que aquilo que eles fazem de si mesmos, o que Jean-Paul Sartre considera ser “esse o primeiro princípio do existencialismo” (SARTRE, 1990, p. 85). Nesta via de fatos, vale, ainda, assentar que se deva cuidar apuradamente entre o que é “preciso tanto” (necessidades vitais e sociais) e o que se “quer quanto”, “quando e onde” (interesses materiais e sociais), nisto, também, assuntar inteiramente, a recomendação da professora Fanny Abramovich, ao que diz: “Faço até o que não gosto, mas o que eu não quero – eu não faço!” (ABRAMOVICH, 1990, p. 25; p. 92), especialmente quando se tratar de relações humanas, bem como, se tratar de sentar-se à mesa do verbo comer, independentemente de sua duplicidade interpretativas: comer algo (ou alguém).
Nota Recomendável para Leitura:
GOMES-DE-LIMA, Paulo Roberto. Um corpo entre outros corpos em movimento: notas de estudos, pontos de vista e outros destaques teórico-metodológicos indicativos para orientações gerais cotidianas em processos terapêuticos e/ou educativos. Vitória: O AUTOR, 2012 (maio, 21).
Endereço Eletrônico: paulorobertogomesdelima70@gmail.com
Blog: profpaulinhocapixaba.blogspot.com
Telefone: (027) 99327795


[1] PERCY, ALLAN. Nietzsche para estressados: 99 doses de filosofia para despertar a mente e combater as preocupações/Allan Percy; [tradução de Rodrigo Peixoto]. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
[2] GOLEMAN, Daniel. A arte da meditação/ Daniel Goleman; [tradução de Domingos DeMasi]. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

Um comentário:

  1. oi sou a lia ,,,,fiz como vc disse ferventei a carne de porco com a erva docê ...né que ficou bom mesmo ,,,,,,,,,,,,,,,,,,vou ver as outras receitas ,,ate ,,,,,,

    ResponderExcluir